O empoderamento da mulher na política

O empoderamento da mulher na política

As mulheres, com toda sua bravura, estão retomando o papel de protagonistas em nossa sociedade. E o que vejo é um fato consumado: mulheres cada vez mais presentes nos cargos de lideranças e dentro da gestão pública. Estas conquistas são frutos de uma herança histórica promovida por nossas corajosas ancestrais, que conseguiram romper as barreiras impostas pelo obsoleto sistema patriarcal.

A mulher está saindo de sua zona de conforto para assumir e liderar os mais diversos cargos e posições. E é por isso que estamos conseguindo aumentar o nosso respeito e o nosso espaço nas estruturas sociais. Os números não mentem, constituímos mais de 51% da população brasileira, somos a maioria nas universidades, somos responsáveis pelo sustento de 38% das famílias, estamos presentes em 42% dos postos de trabalhos e, principalmente, representamos 52% do eleitorado do país.

Mas, ainda com estes números, me questiono o porquê da presença feminina nos cargos de liderança e política ainda ser limitada. Acredito que isso seja resultado de uma soma de fatores: velhos costumes, estagnação das leis e a crença equivocada de que nós não estamos preparadas.

Atualmente, vejo mulheres sendo cotadas para exercer a liderança e agregar valor às organizações e às instituições, pois estão de fato tornando-se indispensáveis. Também, percebi que o número de mulheres em cargos de liderança aumentou razoavelmente nos últimos anos. Hoje, somos 8 deputadas na Assembleia Legislativa.

Sei que ainda temos muito que avançar e sei que este é só o início da trajetória de nossa ascensão. Neste longo caminho, teremos que buscar formas de exterminar os inúmeros paradigmas e motivos que impedem que as mulheres tenham destaque na carreira profissional. Todos temos deveres a cumprir, sejam deveres como parte de nossa atividade como políticos ou, então, como cidadãos. Da mesma forma, acredito que as mulheres possuem um dever perante a história e a cultura de nossa sociedade, provando que também são protagonistas de suas vidas.

Para os homens é natural que os espaços de liderança sejam ocupados por homens. Ninguém se surpreende ao ver um homem ocupando um cargo de autoridade. Mas infelizmente, as pessoas ainda estranham o fato de uma mulher ser a deputada mais votada, de presidir um Parlamento, de governar um Estado, de integrar o Senado, de dirigir a República, ou de estar à frente da liderança de uma das maiores corporações mundiais.

Estas conquistas são obras de sucessivas gerações que foram à luta. Nós, mulheres deste século, queremos ser donas de nossas próprias histórias, protagonistas dos nossos trabalhos, como somos em nossos lares e em nossas famílias. Eu mesma tive que superar todas essas dificuldades para construir a minha carreira pública, e principalmente para ser a primeira mulher, em 180 anos de história, a presidir a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

Uma das coisas que mais me realiza é ver este aumento da representatividade feminina na política e nos cargos de liderança. Sinto em meu peito, um sentimento de gratificação e a sensação de estar cumprindo o meu dever. Sou a prova viva de que as mulheres possuem este dom único, que lhe permite desempenhar uma multiplicidade de papéis, pois une o amor, a dedicação, a fé e a coragem ao trabalho.

E tenho a mais absoluta certeza: este caminho não irá retroceder jamais!

 

Silvana Covatti

Deputada Estadual

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